BTS Entrevista: Arjarath, caster de Dota 2

Alô fãs de esports e seguidores da BTS Brasil! Hoje temos mais uma matéria da seção BTS Entrevista! Semanalmente, traremos entrevistas com figuras ligadas aos games e aos esports, para que você saiba mais sobre os nomes conhecidos do esporte eletrônico.

Hoje, falaremos com o Igor, mais conhecido como Arjarath, analista e comentarista que sempre marca presença nas transmissões de Dota 2 da BTS Brasil:

Primeiramente, uma apresentação sua: qual é seu trabalho (para quem não te conhece), qual sua formação, quem é o Arjarath fora das transmissões da BTS.

Olá, meu nome é Igor, também sou conhecido como Arjarath e eu sou um aficionado por jogos desde criança. Me dedico às lives no meu canal pessoal e também aos trabalhos de caster.

Como você começou a trabalhar como caster e como você chegou na BTS Brasil?

Eu comecei a trabalhar com a BTS Brasil em um ponto da história da equipe onde precisavam de novos talentos para o Dota 2 e coincidiu com um momento bem forte da minha vida, onde eu precisava de novos horizontes para continuar demonstrando a minha paixão aos jogos e continuar nessa luta que é viver com essa indústria/cena.

Quais jogos/esports você narra atualmente?

Meu trabalho é focado no Dota 2, considerando que dediquei boa parte da minha vida adulta para realmente viver o jogo, incluindo a experiência da competição do Dota, considerando que eu almejava ser um pro player. No entanto, estou sempre aberto a oportunidades, inclusive já trabalhei como caster de fighting games num passado muito distante e também CS:GO. É a forma que eu encontro para demonstrar meu amor ao meu hobby.

Quais são as melhores partes e quais são os maiores desafios de se lidar com público numa transmissão ao vivo?

Acho que a melhor parte é a energia compartilhada do público, onde há uma forte demonstração de carinho para com o jogo e consequentemente o trabalho do caster. E também todo o pico de adrenalina que assistir uma competição de alto nível causa. O maior desafio é compreender que este universo é compartilhado por várias facetas e mentes diferentes.

Então pra fazer um bom show existe uma certa necessidade em neutralizar algumas questões pessoais, como por exemplo um posicionamento político ou alguma outra causa existencial que pode ser muito forte e presente na vida do caster, tudo em prol de tentar agradar ao máximo a todos aqueles presentes.

Ainda sobre desafios, como lidar com situações em que o chat da transmissão se torna um ambiente tóxico?

Eu acho que pra esse tipo de caso, o melhor que o caster faz durante a transmissão, é ignorar o chat e continuar tocando o show, até porque o foco da transmissão não é o chat. Mas se por ventura não tiver outro jeito, aí tem que entrar com moderação ativa no chat e em casos mais extremos, com um posicionamento claro durante a transmissão, que talvez possa até ter um certo cunho educacional para quem estiver assistindo.

Porque sinceramente, o chat quando muito populoso, entra nesse aspecto que mencionei sobre muitas mentes e opiniões diferentes convergindo. E é aquilo, é inaceitável certas manifestações do público que ainda são muito presentes, mesmo em 2021.

Um exemplo claro seria o machismo, muita gente desmerecendo as mulheres que trabalham com esports pelo mero fato que elas estão ali e por serem mulheres. Isso é ridículo, muita mulher que acaba tendo que dedicar 3 vezes mais que um homem para aparecer nas transmissões e ainda assim sofrem um hate totalmente gratuito. Entre outros detalhes sobre essa questão que mais uma vez, é inadmissível…

Quais dicas você dá para quem pretende começar como narrador/comentarista?

Eu acho que as coisas que mais engrandecem o caster é a capacidade de viver e participar de bolhas diferentes, porque alguém que consome muita cultura no geral, arte, música, narrativas e sobretudo viver o jogo que você trabalha, vai certamente ter muito a agregar durante as transmissões. Com essas coisas eu acho que naturalmente já vem uma certa habilidade em comunicar que é a base da transmissão.

Na sequência, acho que é bem importante observar os casters presentes no cenário de esports e também dos esportes tradicionais, e tentar se espelhar neles nos pontos técnicos que mais vão te deixar na sua zona de conforto e que vão elevar a qualidade do seu trabalho, considerando que tem muita gente talentosa trabalhando.

Alguns jogadores já comentaram em entrevistas sobre as diferenças de uma competição de esports em formato presencial e uma competição online. Para quem narra ou comenta, há alguma diferença também?

Existe sim uma diferença entre o presencial e o online. Considerando o que eu falei ali em cima, existe uma energia muito forte que é compartilhada entre todos ali que estão no presencial. O torcedor, o caster, a produção do evento, todo mundo participando dessa grande máquina, cada um como uma engrenagem que tá junta pra viver um só momento. Então é isso, eu prefiro muito mais as transmissões presenciais por conta desse detalhe.

Considerações finais: algum agradecimento que queira fazer, algum desabafo, algum comentário sobre o cenário dos esports, etc. Este espaço é seu!

Agradeço a todos os amigos que sempre me apoiaram pra continuar vivendo esse mundo dos jogos, mesmo com todos os seus pesares. Agradeço a Valéria que me aguenta todos os dias e me provê o amor e carinho que eu preciso pro dia a dia, agradeço a minha familia, agradeço aos espectadores que apoiam as transmissões e também geralmente apoiam todo o trabalho do caster. E se cuidem e tente cuidar do próximo também, pessoal. Porque não se faz nada sozinho nesse mundo praticamente. Valeu!

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Texto por Vitor Santos

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