Futebol virtual: como a modalidade se diferencia e assemelha ao futebol real
Quando um novo ano começa, começam também as expectativas para os campeonatos esportivos. Em especial do futebol, por ser o principal esporte das massas em países como o Brasil. Mas, será que a pandemia fez com que o futebol virtual crescesse, assim como foi com o automobilismo?
A resposta é sim. Em dezembro de 2020, iniciou-se a Fifa eClub World Cup, com nada menos que 480 times disputando uma vaga na fase final da competição. Fase esta que terá apenas seis vencedores de cada grupo, e que acontece entre 24 e 28 de fevereiro. A Copa do Mundo virtual é um exemplo do sucesso da modalidade, que tem cerca de 100 milhões de adeptos segundo estimativas da Kick Off Electronic League (Koel), maior liga de futebol eletrônico do mundo.
No Brasil, há uma média de 2,8 milhões de espectadores por mês, números bons se levar em conta o sucesso que o esporte tem no país. A primeira classificatória sul-americana da Fifa eClub World Cup teve como destaque o R10 Team, pertencente a Ronaldinho Gaúcho; a vitória da equipe de Ronaldinho teve 100 mil espectadores simultâneos no canal da EA Sports na Twitch.
De forma semelhante às corridas virtuais, grandes nomes do esporte acompanham o cenário virtual, com equipes oficiais aparecendo o tempo todo nos esports. Times tradicionais de todo o mundo, como Ajax, Cruzeiro e Barcelona têm suas equipes. Marcelo Fadul é diretor de operações da E-Flix, empresa que detém os direitos de Cruzeiro, Netshoes e Seleção Brasileira, e explica como o processo funciona:
“O clube ou seleção nos fornece a marca, e nós montamos o time em forma de parceria ou licenciamento”, diz Marcelo.
Depois, o método varia: a E-Flix paga o salário dos jogadores e divide lucros e receitas com o clube ou com a Confederação Brasileira de Futebol. Já no caso das empresas, como a Netshoes, as mesmas arcam com os custos (ou a maioria deles) em troca da divulgação da marca, o que também pode ser lucrativo.
Mas, falando em lucros, existe uma diferença considerável entre o futebol virtual e o real: os salários. Os maiores salários do Brasil na modalidade estão na casa dos 6 mil reais, bem abaixo das centenas de milhares de reais que um craque do futebol de verdade recebe.
Mas, existem suas exceções. Wendell Lira, conhecido por trocar o futebol de verdade pelos videogames, revela que hoje vive melhor do que se fosse profissional de algum time real:
“Tenho uma condição muito melhor do que se estivesse jogando em clubes da série C ou D. Sou muito grato por fazer o que amo, ser bem pago e dono da minha vida”, diz Lira, estrela do time da Netshoes e conhecido por ganhar o Prêmio Puskas (prêmio da FIFA de gol mais bonito do ano) quando ainda jogava pelo modesto time do Goianésia, em 2015.
Porém, o futebol dos videogames tem dois pontos interessantes: as partidas são mais curtas do que de um jogo de verdade, tendo geralmente quinze minutos na maioria dos campeonatos. Além disso, grandes nomes do futebol podem figurar em times que nunca jogaram na vida; assim, casos como Paolo Maldini, lendário zagueiro do Milan, jogando no Cruzeiro são comuns, bem como Pelé em boa forma e Maradona vivo marcando gols nos campos virtuais.
Ou seja, se no futebol real o dinheiro e o público são maiores, no futebol virtual se paga menos, mas com menos limites garantindo a diversão. Bom para quem joga, bom para quem assiste, bom para quem trabalha com a modalidade, tal qual nas corridas virtuais.
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Texto por Vitor Santos
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