Criação dos Jogos Olímpicos de Esports é aprovada pelo COI

O Comitê Olímpico Internacional (COI) aprovou, em sessão nesta terça-feira (23/07), a criação dos recém-anunciados Jogos Olímpicos de Esports. Diferentemente do que acontece nos esportes tradicionais, o evento para games deverá acontecer a cada dois anos, iniciando a partir de 2025. 

Entre outros assuntos discutidos na reunião às vésperas do início dos Jogos Olímpicos de Paris, os membros do COI se debruçaram sobre o mercado de esportes eletrônicos e aprovaram, por unanimidade, a criação de evento olímpico específico para os games. Durante a sessão, não houve nenhum voto em contrário ou abstenção.

“Esta é realmente uma nova era para o COI. Com a confirmação pela sessão do COI da criação dos Jogos Olímpicos de Esports, estamos acompanhando o ritmo da revolução digital. A comunidade de esports, representada na nossa Comissão de Esports, se envolveu com entusiasmo nesta iniciativa. Esta é mais uma prova da atratividade da marca olímpica e dos valores que ela representa entre os jovens”, declarou o presidente do COI, Thomas Bach, em comunicado à imprensa.

Conforme detalhado pelo COI, as Olimpíadas de Esports terão modalidades de três categorias: esportes físicos disputados em plataforma virtual, simuladores de esportes, e games de esports que estejam alinhados aos valores olímpicos.

Vale lembrar que, anteriormente, o COI já se manifestou que games de tiro, como o famoso Counter-Strike, nunca entrariam para o programa olímpico. Porém, não houve, na sessão desta terça-feira, detalhamento de quais modalidades farão parte do evento, um ponto que ainda será discutido.

Os Jogos Olímpicos de Esports serão realizados com uma parceria do COI com o Comitê Olímpico da Arábia Saudita, país que recentemente vem investindo pesado nos esportes eletrônicos como uma forma de tentar melhorar a sua imagem internacional e também para diversificar sua economia.

Segundo o presidente da Comissão de Esports do COI, David Lappartient, inicialmente a parceria com a Arábia Saudita será de 12 anos, com o evento ocorrendo naquele país do Oriente Médio a cada dois anos. Essa periodicidade, conforme o executivo, poderá ser discutida e alterada, por conta de divergências entre os membros do Conselho Executivo.

Os sistemas de classificação ainda serão debatidos e decididos, mas Lappartient tratou de salientar durante a reunião que pretende trabalhar com as federações internacionais e confederações nacionais dos esportes. Ele também lembrou que os games de esports são propriedade de desenvolvedoras, sendo necessário incluí-las nas discussões.

Ainda, o COI irá criar uma estrutura específica dentro da sua organização, naturalmente separada do modelo organizacional e financeiro dos Jogos Olímpicos. Para tratar dos Jogos Olímpicos de Esports, o COI ainda terá de adotar uma abordagem diferente no que diz respeito ao financiamento e à organização do evento.

Depois de repetidamente negar a inclusão dos games competitivos no programa olímpico, o COI passou a realizar eventos de esports, mas com jogos que simulam esportes tradicionais e/ou envolvem atividade física e que não fossem representativos em termos de relevância, audiência e competitividade nos esports. Agora, com a criação dos Jogos Olímpicos de Esports, existe a provável inclusão de games tradicionais deste mercado.

O movimento do COI ocorre em um momento de pesada e milionária investida da Arábia Saudita nos esports: o regime ditatorial saudita, liderado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, tem investido nos games e está realizando, em julho e agosto, a primeira edição da autoproclamada Copa do Mundo de Esports, evento que acontece depois de dois anos do país promovendo o Gamers8, com premiações milionárias.

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Texto por Vitor Santos

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