Conheça Skydome, o jogo brasileiro que mescla elementos de Tower Defense e MOBA

Skydome é um jogo brasileiro produzido no estilo de Tower Defense com elementos característicos de MOBA, o já conhecido e consagrado formato de League of Legends e Dota. O jogo da Kinship só está disponível na América Latina, gratuito e via Steam, mas já planeja criar um cenário competitivo.

Gameplay de Skydome — Foto: Divulgação/Kinship
Contando com elementos de Tower Defense e MOBA, o jogo Skydome se mostra como um projeto diferenciado

O Globo Esporte (ge) conversou com Cheny Schmeling e João Gava, cofundadores da Kinship, para falar melhor sobre o desenvolvimento de Skydome, bem como suas principais propostas.

“Além de ser um jogo brasileiro, é você experimentar algo novo, de qualidade, e ficar impressionado com o que vê. Uma experiência nova, totalmente diferente dos jogos do mercado, muito mais cooperativa. Tem um ambiente competivo, mas um competitivo saudável, uma relação não tóxica com outros jogadores”, promete Cheny, que também é diretor do jogo.

Início entre os jogos independentes

Skydome iniciou sua história em abril de 2016, quando Cheny, João e alguns amigos decidiram que queriam criar um game, resultando na fundação da Kinship. Cheny teve a ideia de replicar seu gênero preferido, Tower Defense, em seu primeiro projeto, reunindo inspirações bem clássicas:

“A ideia inicial era fazer um Tower Defense, que estava em falta no mercado, só que com elementos diferentes e competitivos. A gente começou a pesquisar o que tinha no mercado, e na época eu ainda era muito fã dos jogos da Blizzard, em especial o Warcraft 3: The Frozen Throne, que tinha uma modificação de mapas. Tinha uma modificação chamada Line Tower Wars, que era meu modo de jogo favorito daquela época, onde dois times se enfrentavam para ver quem aguenta defender por mais tempo”, explica ele.

Arte de Divulgação do jogo brasileiro Skydome — Foto: Divulgação/Kinship
Arte de divulgação de Skydome, jogo brasileiro inicialmente exibido na BGS 2016

Em pouco tempo, o projeto Skydome saiu do papel: sua versão “1.0”, como chamam João e Cheny, já estava pronta para ser mostrada na BGS 2016, meses depois da fundação da Kinship. O recém-criado jogo já vinha trazendo elementos de MOBAs, que estão em alta até hoje, e dessa forma procurava se destacar entre os estandes da área indie da feira:

“Tanto eu como nosso outro sócio investidor trabalhamos por anos na indústria de calçados infantis e tínhamos experiência com feiras. Pegamos um estande de 8m², fizemos uma personalização dele como se fosse um estande grande, igual das gigantes”, relata João.

Estande de Skydome na BGS 2016 — Foto: Divulgação/Kinship
Com um estande modesto na BGS 2016, a Kinship iniciou a divulgar Skydome no evento

O grande esforço em meio aos pequenos cubículos da área indie deu certo: Skydome conseguiu ótimas primeiras impressões com o público, bem como boa recepção da mídia especializada.

Buscando um objetivo maior

O ano de 2017 marcaria a segunda BGS de Skydome, e por isso o desafio era ainda maior: o game já tinha conquistado seu lugar com o público já em sua estreia na feira, e precisava mostrar que havia crescido. Assim, a Kinship conseguiu um estande maior, de 72m², recheado com áreas para gameplay, arena competitiva e até mesmo uma loja de itens promocionais do game, mesmo que este ainda nem houvesse sido disponibilizado para o público.

“Tinha criado uma área nova dentro da BGS para jogos de PC, e era no final da área indie. A gente pensou ‘vamos fazer algo que quem olhe veja que a gente saiu daquele cubículo para um super estande’”, conta João.

Estande de Skydome na BGS 2017 — Foto: Divulgação/Kinship
Após o sucesso da primeira BGS, o estande de Skydome na edição 2017 da feira foi maior

Realizando campeonatos diários e contando com a presença do narrador Diniz “Gruntar”, a BGS de 2017 também mostrou que Skydome funcionava para faixas etárias variadas, com crianças e adultos se dando bem com o jogo. Para completar, já havia uma pegada competitiva bem estabelecida:

“No último dia, já tinha gente sentando no chão para assistir aos campeonatos do jogo”, revela João.

Depois de ganhar o Brasil, o mundo

Após boas participações na BGS, Cheny passou a viajar o mundo exibindo Skydome em várias feiras e eventos internacionais. Mas, ainda se fazia preciso investimento e, principalmente, uma publicadora que aceitasse o jogo para que este ganhasse vida de vez. Mais de 100 distribuidoras foram consultadas, até que veio um sim, vindo de uma empresa chinesa. Eventualmente, a Kinship veio a notar que Skydome ainda não tinha um grande diferencial em relação a outros games do mercado.

“O jogo que a gente estava desenvolvendo ia brigar de frente com MOBAs, e a gente não tinha nada que fosse muito diferente. MOBA com elementos de Tower Defense não era suficiente para brigar com outros MOBA. Durante essas pesquisas, esses testes, a gente conseguiu ver o que a gente chama de oceano azul. A gente viu um espaço no oceano de jogos que ainda tá azul, ainda tem espaço pra pegar a fatia do bolo, que era o Tower Defense” , explica Cheny.

Assim, Skydome deixou de ser um MOBA com elementos de Tower Defense para funcionar no modo contrário: o jogo agora é um Tower Defense com elementos de MOBA, trazendo um “PvP indireto” diferente do habitual.

O aval para um cenário esportivo

Da mesma forma que outras empresas do setor de jogos, a Kinship viu o desenvolvimento de Skydome ser pausado pela pandemia de Covid-19. Mas, houve um lado bom: embora o game tenha ficado mais tempo no forno, a empresa teve a possibilidade de agregar ainda mais elementos ao que já existia.

Isso foi desde novidades no gameplay, a uma parceria com a Octagon, empresa de marketing esportivo projetada por Ronaldo Fenômeno. Dessa junção surgiu a Nomad, nova empresa que atua como publicadora de Skydome e que se mostra aberta a distribuir novos títulos, tanto da Kinship quanto de outras desenvolvedoras.

“A gente não teria feito o lançamento do acesso antecipado sem que a Nomad existisse. A gente precisava de alguém focado em marketing, suporte e atendimento para tomar conta do Skydome durante essa fase”, diz Cheny.

Vale lembrar que o game já teve o aval do próprio Ronaldo, que teve a oportunidade de testar Skydome nos escritórios da Kinship:

“Ele é um cara que tá empolgado, a gente conseguiu mostrar o jogo pra ele alguns anos atrás e agora voltamos a nos falar em 2020 e conseguimos nos encontrar no final de 2020 e no começo de 2021, onde ele teve a oportunidade de jogar mesmo o Skydome. Ele gostou por ver que é competitivo; imagino que quando o cara passou pelo que passou como atleta, qualquer coisa que tenha a palavra competição, o cara já é bom”,detalha João, que também atua como CEO da Nomad.

E, falando de cenário de esports, Skydome já possui planejamento para 2021, com a primeira temporada competitiva.

“Ainda estamos definindo os melhores caminhos, mas a gente quer seguir pelo da comunidade em geral, amador mesmo, e também pro lado profissional, para que o amador tenha um sonho de ir para o profissional”, completa João.

Para o futuro, segundo os desenvolvedores, a meta de Skydome é atingir o mundo e quem sabe realizar um torneio mundial em grande escala. O jogo está disponível gratuitamente no Steam, em acesso antecipado.

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Texto por Vitor Santos

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