Clubes de futebol e esports: como é a relação dos dois?

É cada vez maior a tendência dos clubes de futebol aderirem ao esporte eletrônico, criando times que vão do futebol virtual aos jogos que estão em alta, como Free Fire, League of Legends, e outros títulos populares. 

Para alguns, essa tendência é apenas algo de momento, com os clubes entrando para o meio dos esports meramente para não perder a oportunidade de usar um nome tradicional para ganhar em cima de um mercado que só cresce. Para outros, é uma tendência natural e irreversível, não só para os times, mas para marcas em geral, que veem nos esports um ótimo local de publicidade.

Mas, o crescimento do esporte eletrônico não quer dizer que o esporte tradicional vá ficar para trás em algum momento; muito pelo contrário, são dois mercados que têm suas diferenças e que por isso coexistem sem que um interfira no outro. Um exemplo disso é a situação do Cruzeiro, que mesmo passando maus bocados no futebol (queda para a Série B do Campeonato Brasileiro, problemas com a gestão do time no geral), segue com seu projeto de esports, em que pese o fim da parceria com a E-Flix e a saída do sistema de franquias do CBLOL.

Cruzeiro eSports mostra como um projeto de esporte eletrônico de um clube tradicional pode seguir mesmo quando o clube e/ou o time de futebol passam por uma fase ruim

Rodrigo Moreira, diretor de marketing e inovação do Cruzeiro, comentou esses acontecimentos recentes, lembrando inclusive da volta do clube aos esports:

“A intenção sempre foi retomar esse projeto de esports dentro do clube. Agora ele volta com mais vigor, mais vibrante e inserido em algumas das principais modalidades praticadas no Brasil. A expectativa nas redes sociais sempre foi imensa e, hoje, mesmo sem atividades, nossos canais de esports acumulam mais de 150 mil seguidores. Agora, essa comunidade tem tudo para voltar a crescer e levar o nome do Cruzeiro ainda mais longe”, disse Moreira.

https://twitter.com/CruzeiroEsports/status/1400863935721574410

Claro, ainda há um caminho a ser trilhado: assim como acontecem com os times de futebol de muitos clubes tradicionais, times de esports sofrem com dirigentes que têm uma mentalidade que já não cabe no modelo atual do esporte, e que por isso se recusam a modernizar as estruturas do clube para que este também faça parte de um mercado, não entendendo que isso é necessário. Ou por pensarem que o sucesso de um time interfere no outro, ainda.

Alguns clubes recorrem a parcerias com organizações, para que estas sejam responsáveis por gerenciar suas equipes de esports. Como é o caso do Vasco da Gama, que recentemente fechou um acordo com a Black Dragons, tradicional nome dos games, para cuidar do seu departamento de esports. Muitos vão dizer que é melhor que o próprio clube faça essa gestão, mas nem sempre isso é uma realidade possível; fatores como os dirigentes citados acima são um exemplo de motivo.

Dessa forma, o mercado dos esports demora a crescer de um ponto de vista profissional e esportivo, ainda que seu público aumente mais e mais a cada dia. Mas, quando um clube percebe que é possível lucrar com sua modernização, e quando o meio dos esports percebe que é possível crescer mais ainda com a profissionalização e a regulamentação da modalidade, então tem-se a receita para juntar o útil ao agradável; surge então a tendência de que, cedo ou tarde, todos os clubes acabarão se rendendo ao esporte eletrônico.

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Texto por Vitor Santos

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