BTS Entrevista: Snow Schatten, equipe de automobilismo virtual

Alô fãs de esports e seguidores da BTS Brasil! Hoje temos mais uma matéria da seção BTS Entrevista! Semanalmente, traremos entrevistas com figuras ligadas aos games e aos esports, para que você saiba mais sobre os nomes conhecidos do esporte eletrônico.

Hoje, falaremos com o pessoal da Snow Schatten Esports, equipe de automobilismo virtual que vem marcando presença nas transmissões do BTS Pro Sim Series. Inicialmente, teremos algumas perguntas direcionadas ao CEO da equipe, Yuri Bascopé, e posteriormente perguntas para os pilotos participantes do BTS Pro Sim Series.

Abaixo, as perguntas direcionadas ao CEO da equipe Snow Schatten, Yuri Bascopé:

Como a Snow Schatten foi criada e de quem partiu a ideia?

A equipe foi fundada em 2011 por mim e por um amigo, que conheci em um forum estrangeiro de jogos de simulação. Naquela época ainda jogavamos o F1 Challenge 99/02 e estávamos migrando para o rFactor 1. Montamos a equipe porque ingressamos em um campeonato que exigia a criação de equipes virtuais.

Durante o brainstorm de ideias de nome, ele falou Snow e eu, que era muito fã de Rammstein, falei Schatten (sombra em alemão). Gostamos da sonoridade do nome e escolhemos essa sugestão. Algum tempo depois esse meu amigo deixou a equipe e eu sigo sendo o único membro original da Snow Schatten.

Quem são os pilotos da equipe, atualmente?

Temos em torno de 15 pilotos ativos atualmente em vários simuladores e campeonatos. Na BTS, contamos com o Felipe Giro, Felipe Sousa, Leandro Werle e Geovane Souza para o campeonato no F1 2020 (PC). Recentemente, passamos a atuar também no PlayStation 4, no jogo Gran Turismo, com os pilotos Leonardo Imolesi, Pedro Delgado, Alan Nicolau, e a partir da próxima etapa, Rodrigo Barbosa.

Abaixo, as perguntas e respostas direcionadas aos pilotos:

Rodrigo Barbosa (Gran Turismo)

Como você começou sua carreira nos esports?

Comecei no F1 em 2017 e migrei em 2019 para o Gran Turismo.

Alguns pilotos virtuais costumam arriscar uma carreira no automobilismo real, como o caso do brasileiro Igor Fraga ou do italiano Enzo Bonito. Passa pela sua cabeça tentar uma carreira assim também?

Claro, é um sonho de criança, caso eu tenha essa oportunidade não pensaria duas vezes.

Considerando-se os custos para ser um piloto na vida real, o automobilismo virtual é bem mais barato. Como você vê essa questão da acessibilidade dos esports? Acha que ainda assim é difícil iniciar uma carreira?

Não é difícil iniciar, mas tem que estar preparado para os gastos futuros com equipamento, visando uma performance melhor no AV. Mas tudo programado dá certo.

Na pandemia de Covid-19, o isolamento dificultou a vida de muitas equipes na disputa de campeonatos. Quais os desafios de se disputar um campeonato a distância, pela internet? É difícil manter o entrosamento do equipe?

Não é difícil, com um comunicador e os pilotos treinando juntos, dá para sanar as dúvidas de cada um e evoluir juntos.

Falando agora da BTS Brasil: como está sendo a experiência do BTS Pro Sim Series?

É um campeonato muito bom, bem estruturado e com ótimas transmissões.

Considerando-se as pistas do calendário do BTS Pro Sim Series, quais delas você considera um desafio maior? E quais costumam ser um desafio maior para todos?

Para mim as pistas japonesas, para todos acredito que seja Nurburgring.

Quais nomes do BTS Pro Sim Series você vê como candidatos aos títulos? Tanto de pilotos como de equipes, pode se incluir na lista se quiser!

Imolesi, da equipe Snow Schatten.

Por fim, faça suas considerações gerais: sobre o cenário, sobre suas perspectivas pro futuro na carreira, algum desabafo sobre o cenário que queira fazer, esse espaço é seu!

O AV tem evoluído muito nos últimos 2 anos, muitos pilotos profissionais reais aderindo aos games. Com isso temos que treinar mais e ter o pensamento de piloto e não de um gamer. Hoje encaro como uma profissão e busco sempre o meu melhor para ter resultados, e pretendo ter um título mundialmente reconhecido no AV. Mas claro, ainda tem um longo caminho a percorrer e me equipar para isso.

No cenário geral, vejo que ainda existem poucas equipes que dão suporte para os pilotos se dedicarem. Claro que isso depende do piloto também. Por isso sou muito grato em ser da equipe Snow Schatten pois já vi um diferencial ainda não visto no mundo do GT Sports.

A Snow Schatten é uma das equipes participantes da categoria GT Sport no BTS Pro Sim Series

Leonardo Imolesi (Gran Turismo)

Como você começou sua carreira nos e-sports?

Comecei em 2013 correndo em servidores abertos e em 2014 em campeonatos nacionais pela Snow Schatten.

Alguns pilotos virtuais costumam arriscar uma carreira no automobilismo real, como o caso do brasileiro Igor Fraga ou do italiano Enzo Bonito. Passa pela sua cabeça tentar uma carreira assim também?

Não, saí dessa fase antes mesmo de entrar no virtual.

Considerando-se os custos para ser um piloto na vida real, o automobilismo virtual é bem mais barato. Como você vê essa questão da acessibilidade dos esports? Acha que ainda assim é difícil iniciar uma carreira?

Sim, mesmo no virtual os custos para andar de forma competitiva são consideráveis, até em campeonatos nacionais. Comparado a alguns anos atrás, em 2014 por exemplo, você tendo um Logitech G27 e um computador rodando simuladores a 60 FPS era o bastante.

Hoje em dia o custo de ser competitivo expandiu para varias áreas como, direct drive, pedais mais precisos, cockpit, mais FPS em jogos e melhor taxa de atualização em monitores, não é garantia que você irá voar nas pistas, mas o nível de equipamento técnico subiu muito. Até mesmo de pilotos virtuais brasileiros, montar algo realmente competitivo hoje em dia sai caro.

Na pandemia de Covid-19, o isolamento dificultou a vida de muitas equipes na disputa de campeonatos. Quais os desafios de se disputar um campeonato a distância, pela internet? É difícil manter o entrosamento da equipe?

Sinceramente nada mudou, inclusive o nível e qualidade do automobilismo virtual mundial subiu extremamente com a pandemia, já que uma parte considerável dos pilotos reais só tinham essa alternativa para praticar.

Falando agora da BTS Brasil: como está sendo a experiência do BTS Pro Sim Series?

Está sendo encantadora, é um grande prazer correr em um campeonato nacional de alto nível técnico e de qualidade!

Considerando-se as pistas do calendário do BTS Pro Sim Series, quais delas você considera um desafio maior? E quais costumam ser um desafio maior para todos?

Pistas com o tempo de volta alto exigem maior atenção pois é possível refinar bastante o tempo de volta, consequentemente isso pode dar boas posições no grid de largada. Um desafio maior para todos no Gran Turismo são etapas na chuva, é algo que requer atenção extrema de todos os pilotos.

Quais nomes do BTS Pro Sim Series você vê como candidatos aos títulos? Tanto de pilotos como de equipes, pode se incluir na lista se quiser!

O candidato fácil ao titulo é claro o Didico, o que ele faz no Gran Turismo é sensacional. E não é a toa que é um dos melhores pilotos do país no simulador!

Por fim, faça suas considerações gerais: sobre o cenário, sobre suas perspectivas pro futuro na carreira, algum desabafo sobre o cenário que queira fazer, esse espaço é seu!

Aos poucos estou montando minha área de simulação novamente, após 2 anos praticamente parado estou conseguindo aos poucos voltar ao nível de atenção e forma que tanto gostava de andar, que foi em 2014 a 2016. Agradeço extremamente a Snow Schatten por me ajudar nisso, é uma excelente equipe de alto nível onde consigo sempre aprender, também agradeço ao Danilo e Yuri por me darem a oportunidade da vaga de correr na BTS e assim quero entrar em mais campeonatos para sempre permanecer ativo no virtual!

Felipe Sousa (F1 para PC)

Como você começou sua carreira nos esports?

Eu iniciei no Project Cars antes de conhecer o F1, a partir do Project Cars eu consegui ter uma base boa de como é correr com outras pessoas, assim conseguia alguns WR e decidi praticipar do F1 depois de uns meses no PC2. Primeiro tirei as assistências, sabia que isso seria primordial na minha carreira. E dali pra frente entrei na Shazoo, equipe de Esports da Escócia, e continuo lá até hoje porque achei um ótimo time pra trabalhar junto.

Alguns pilotos virtuais costumam arriscar uma carreira no automobilismo real, como o caso do brasileiro Igor Fraga ou do italiano Enzo Bonito. Passa pela sua cabeça tentar uma carreira assim também?

Até passa na minha cabeça tentar automobilismo real, porém pelos valores eu já sei que atualmente é bem complicado iniciar uma carreira. Mas ainda assim eu continuo indo aos karts e me divertindo bastante.

Considerando-se os custos para ser um piloto na vida real, o automobilismo virtual é bem mais barato. Como você vê essa questão da acessibilidade dos esports? Acha que ainda assim é difícil iniciar uma carreira?

Para correr no esports você precisa de um setup completo que é um tanto quanto caro, porém, nada comparado a uma carreira real. Eu comecei com um Logitech G920 e tô até hoje usando ele, e conseguindo ótimos tempos e resultados. Acho super possível começar sem ser com os equipamentos mais caros, o que mais conta é o quanto você quer algo, se quiser muito você chega lá com bastante dedicação.

Na pandemia de Covid-19, o isolamento dificultou a vida de muitas equipes na disputa de campeonatos. Quais os desafios de se disputar um campeonato a distância, pela internet? É difícil manter o entrosamento da equipe?

Eu acho tranquilo esse entrosamento pois eu costumo falar bastante por voz com o pessoal da Snow, Shazoo e outros amigos pilotos, então a gente é bem próximo. O problema seria se não pudéssemos nos falar por voz, só digitando, aí seria complicado mas isso não ocorreu comigo até hoje.

Falando agora da BTS Brasil: como está sendo a experiência do BTS Pro Sim Series?

Está sendo muito boa até o momento, tive boas disputas na pista e acredito que a liga tem o que melhorar, como o regulamento, claro e também muito a crescer no AV.

Considerando-se as pistas do calendário do BTS Pro Sim Series, quais delas você considera um desafio maior? E quais costumam ser um desafio maior para todos?

Eu considero pistas com uma alta possibilidade de invalidar voltas, difícil, igual muitos outros também acham. Acredito que pistas com muitas curvas ou com muitos muros perto é mais legal de correr, dá mais adrenalina.

Quais nomes do BTS Pro Sim Series você vê como candidatos aos títulos? Tanto de pilotos como de equipes, pode se incluir na lista se quiser!

Eu acredito que a gente da Snow pode conseguir bastante títulos juntos e se destacar na liga, futuramente.

Por fim, faça suas considerações gerais: sobre o cenário, sobre suas perspectivas pro futuro na carreira, algum desabafo sobre o cenário que queira fazer, esse espaço é seu!

Na minha opinião o cenário só tem a crescer e haverá muitas oportunidades no futuro para quem se dedicar, e quanto mais dedicação, mais prêmios vc acaba recebendo e assim seguindo carreira.

A equipe Snow Schatten também vem marcando presença no BTS Pro Sim Series na categoria F1 para PC

Felipe Giro (F1 para PC)

Como você começou sua carreira nos esports?

Por curiosidade, mesmo. Do nada, decidi testar como era o modo multiplayer do antigo rFactor para ver como era, entrando em um servidor público. Acabei conhecendo muita gente e assim foi indo.

Alguns pilotos virtuais costumam arriscar uma carreira no automobilismo real, como o caso do brasileiro Igor Fraga ou do italiano Enzo Bonito. Passa pela sua cabeça tentar uma carreira assim também?

Acho que deve passar na cabeça de qualquer piloto, mas a gente sabe o quanto de recursos é necessário pra tornar isso real. É um esporte extremamente custoso e está totalmente fora da minha realidade.

Considerando-se os custos para ser um piloto na vida real, o automobilismo virtual é bem mais barato. Como você vê essa questão da acessibilidade dos esports? Acha que ainda assim é difícil iniciar uma carreira?

Costumava achar que sim. Contudo, interagindo mais com o pessoal do F1 da Codemasters e conhecendo muitos pilotos que andam bem sem volante ou equipamento de ponta, creio que não tanto mais.

Na pandemia de Covid-19, o isolamento dificultou a vida de muitas equipes na disputa de campeonatos. Quais os desafios de se disputar um campeonato a distância, pela internet? É difícil manter o entrosamento do equipe?

Nossa equipe, como é o padrão do automobilismo virtual brasileiro, nunca teve tanto contato presencial frequente. Sempre trabalhamos à distância e nos comunicamos através de aplicativos VoIP, como o TeamSpeak ou Discord, então não acho que tivemos dificuldade nesse aspecto.

Falando agora da BTS Brasil: como está sendo a experiência do BTS Pro Sim Series?

Diferente e desafiadora. Adoro o formato do campeonato disputado, principalmente por ser 100% à distância, mas essa temporada tem sido bem difícil. Tive de superar vários problemas durante o ano e, felizmente, ainda estamos na briga pelo título.

Considerando-se as pistas do calendário do BTS Pro Sim Series, quais delas você considera um desafio maior? E quais costumam ser um desafio maior para todos?

Pistas de rua geralmente são as que apresentam maior desafio. Você não lida com off-tracks ou punições. Um erro te joga no muro, quebra sua asa ou até mesmo encerra sua corrida. Ainda mais com chuva, pois o desafio é maior ainda se as condições de pista são imprevisíveis.

Quais nomes do BTS Pro Sim Series você vê como candidatos aos títulos? Tanto de pilotos como de equipes, pode se incluir na lista se quiser!

Quero me incluir nessa lista algum dia (risos). Acho que as duas atuais líderes no campeonato de equipes, Bordoms Snow Schatten e BGR, vão sempre ser equipes de ponta, principalmente se são lideradas por grandes pilotos como o Felipe Sousa e o João Piana.

Por fim, faça suas considerações gerais: sobre o cenário, sobre suas perspectivas pro futuro na carreira, algum desabafo sobre o cenário que queira fazer, esse espaço é seu!

Agradeço mais uma vez pelo espaço concedido. Minha cabeça está agora apenas em tentar ajudar o time na conquista do bicampeonato da BTS Pro Sim Series no PC. O nível aumentou muito da última temporada para cá e eu sinto que é minha responsabilidade desafiar o pessoal e evoluir sempre como piloto.

Se interessou pelo trabalho dos pilotos? Então acesse o site da Snow Schatten e siga a equipe no Twitter para acompanhar as novidades em primeira mão!

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Texto por Vitor Santos

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