Esports: Olympic Virtual Series é anunciada pelo COI

Foi anunciado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) a criação da Olympic Virtual Series, o primeiro evento voltado para o esporte eletrônico com licença olímpica, algo inédito na história dos esportes. A edição acontece entre 13 de maio e 23 de junho deste ano – ou seja, antes das Olimpíadas de Tóquio, que estão marcadas para 23 de julho. 

Inicialmente, apenas simuladores de esportes farão parte, sendo eles: beisebol, ciclismo, remo, vela e automobilismo; Gran Turismo é o título mais conhecido da lista, seguido do eBaseball Powerful Pro 2020.

O evento será realizado através de uma parceria do COI com federações esportivas internacionais e empresas editoras de jogos (as chamadas publishers) que estarão presentes na primeira Olimpíada virtual da história. A franquia FIFA, que atualmente conta com o título FIFA 21, eventualmente pode ser adicionada na próxima edição da Olympic Virtual Series.

As modalidades irão contar com os seguintes títulos:

• beisebol – eBaseball Powerful Pro 2020
• ciclismo – Zwift
• vela – Virtual Regatta
• esportes motorizados – Gran Turismo
• remo – ainda não tem o jogo confirmado

Entre os esportes presentes, dois deles serão representados por nomes e títulos já reconhecidos no mundo dos games: eBaseball Powerful Pro 2020 (Konami) e Gran Turismo (Polyphony Digital). As modalidades serão representadas pela World Baseball Softball Confederation (WBSC) e Federação Internacional de Automobilismo (FIA), respectivamente.

As outras três modalidades presentes contarão com a União Ciclística Internacional (UCI) representando o ciclismo com Zwift e a Federação Internacional de Vela (WS) com Virtual Regatta. A Federação Internacional de Sociedades de Remo (WR) estará à frente do torneio dessa modalidade, embora o jogo que será usado nas competições ainda não tenha sido divulgado.

Cada federação internacional terá seu próprio evento, cada um funcionando com uma forma e um conceito diferentes, com todos eles fazendo parte da Olympic Virtual Series. A expectativa é ter um formato que permita que atletas de todo o mundo participem da própria casa ou de instalações de treinamento. Até o momento, ainda não se revelou como será feita a seleção dos participantes da primeira Olimpíada virtual da história.

FIFA e outras futuras modalidades

O Comitê Olímpico Internacional ainda ressaltou que outras grandes federações internacionais demonstraram interesse em participar de edições futuras da Olympic Virtual Series. Entre elas: Federação Internacional de Futebol (FIFA), Federação Internacional de Basquete (FIBA), Federação Internacional de Tênis (ITF) e Taekwondo Mundial (WT), o que indica um possível aumento de modalidades nas próximas edições.

Discussão antiga sobre os esports

A entrada de esports nas Olimpíadas sempre foi um assunto polêmico, discutido durante anos. Em abril de 2017, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, não simpatizava com a ideia de esportes eletrônicos nos Jogos Olímpicos. No ano seguinte, porém, o próprio dirigente veio a mudar seu discurso.

Porém, sua posição veio com uma determinação: a inclusão se daria estritamente com jogos que simulam esportes convencionais. Assim, títulos como Counter-Strike: Global Offensive estariam descartados de ingressarem nas Olimpíadas desde o começo. Quando questionado, Bach se aprofundou no tema, reiterando que “jogos de matar” estarão proibidos.

“Nós não podemos ter no programa olímpico um jogo que promove violência ou discriminação. Os chamados ‘jogos de matar’. Eles, no nosso ponto de vista, são contraditórios aos valores olímpicos e, por isso, não podem ser aceitos”, explicou.

Ao passo que o COI viesse mantendo certa distância dos esports, o assunto naturalmente estava na boca de quem está por trás dos jogos eletrônicos. Como é o caso de Brendan Greene, criador de um dos games mais famosos da atualidade, o Player Unknown’s Battlegrounds (PUGB). O desenvolvedor foi bem categórico ao comentar sobre os esports nos Jogos Olímpicos.

“Honestamente, eu não acho que os eSports precisam da Olimpíada. Será ótimo se participarmos, mas por que não termos uma ‘Olimpíada dos Esports’?”, ponderou o criador de PUBG.

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Texto por Vitor Santos