BTS Entrevista: Shirou, cosplayer

Alô fãs de esports e seguidores da BTS Brasil! Hoje temos mais uma matéria da seção BTS Entrevista! Semanalmente, traremos entrevistas com figuras ligadas aos games e aos esports, para que você saiba mais sobre os nomes conhecidos dos games e da internet em geral.

Hoje falaremos com o Júlio César, conhecido como Shirou, que é presença constante nas redes sociais e nos eventos com seus cosplays:

Júlio César como Link, da série Zelda

Primeiramente, uma apresentação sua: qual sua formação, qual seu trabalho, quem é o Júlio fora dos cosplays e etc.  

Meu nome é Júlio César e sou advogado, hoje em dia atuando também na área imobiliária e administração, e como profissional do 3D, em impressões de artigos geek e para cosplay. Cosplay pra mim é tratado como hobby, mas dentro desse período recente de pandemia consegui do hobby uma pequena parte da minha renda. A arte é bem importante na minha vida, e a questão teatral me envolve completamente.

Como e quando você começou a fazer cosplay?  

Comecei a fazer cosplay em 2008, quando parei de frequentar os eventos apenas como público e passei a ser um competidor nos campeonatos de cosplay e jogos. Eu comecei a fazer cosplay depois de ver o pessoal participando no palco e senti uma vontade enorme de tentar também. Quando comecei já foi direto nos palcos do World Cosplay Summit (WCS), na cara e na coragem tentando ter meu primeiro contato com o pessoal mais experiente.

Quantos/quais cosplays você já fez? Se forem muitos, pode listar apenas os principais!  

Hoje em dia já conto com mais de 40 cosplays. Na verdade já “conto” seria uma palavra muito forte já que muito deixaram de servir ao longo desse tempo, mas já fiz mais de 40. Os principais ou os que mais gosto são sem dúvida o Link de The Legend of Zelda BOTW, o Sora de Kingdom Hearts, o Leon de Resident Evil e o Shulk de Xenoblade Chronicles.

Júlio como Shulk, de Xenoblade Chronicles

Quais são as melhores partes e quais são os maiores desafios de se lidar com público nas redes sociais?  

O melhor é conhecer as pessoas e ter esse contato com elas, mostrando minha arte. Acho muito gostosa a interação com as pessoas por meio de story, postagem em feed, etc. Os desafios são de manter uma frequência correta de interação e postagens; visto que, pra quem não trabalha com cosplay como renda principal, o tempo sempre fica bem curto para dedicar o tanto que gostaríamos dentro da comunidade.

Quais dicas você dá para quem pretende começar como cosplayer?  

Fazer o personagem que ama, sem cobranças excessivas, e aproveitar esse tempo de divertimento. Se vier à mente vontade de competir, nada te impede, procure ajuda dos mais experientes se necessário. Faça aquilo que te deixa feliz, seja foto, seja cosplay pra interagir com os amigos, seja para interpretar seu personagem, não existe regra a se seguir. Faça também dentro da vibe que te agrada, seja mais performática, seja mais caricato, seja mais sensual, seja pela produção, seja para se sentir bem sem qualquer estilo definido. Apenas faça se estiver com vontade! 

Júlio como Tartaglia, de Genshin Impact

Falando de games agora: quais são seus favoritos? E qual desses você recomendaria para qualquer pessoa?  

Eu amo games de luta! Então minha primeira recomendação fica nesse quesito, como exemplo Super Smash Bros Ultimate, Soulcalibur VI, Guilty Gear Strike, Mortal Kombat, Killer Instinct, entre outros! Além disso recomendo jogos de grande imersão do jogador, como Zelda BOTW, Xenoblade Chronicles, Ghost of Tsushima, Shadow of the Colossus… Jogos que trazem arte e uma carga emocional.

Assim como os games e os esports, o cenário dos cosplays mudou e cresceu muito nos últimos anos. Quais diferenças você vê, comparando o período em que começou com agora?  

Antigamente tudo era mais difícil, hoje temos mais acessibilidade, seja pelo formato das redes sociais ou mesmo pela facilidade de se encontrar produtos e cosplays no mercado. Antigamente era difícil conseguir uma peruca de qualidade, fabricar a roupa, ter um suporte de palco forte dentro de um evento… Hoje conseguimos materiais de qualidade e temos fácil importação de cosplays 100% prontos, além de eventos que possuem suporte de palco e até mesmo telão para apresentação em/com vídeo. As maiores diferenças que vejo estão relacionadas à visibilidade e acessibilidade.

Júlio como Sora, da série Kingdom Hearts

Considerações finais: algum agradecimento que queira fazer, algum desabafo, algum comentário sobre o cenário cosplay, etc. Este espaço é seu! 

Sinto que está cada dia mais difícil o destaque dos cosplayers masculinos, o que pode soar um pouco como “white people problems” mas a realidade é que vejo meus amigos parando de praticar o hobby por não terem um retorno de visibilidade, por exemplo. Na visão que o hobby está cada dia sendo mais valorizado como mercado, os “jobs”, por exemplo, surgem mais para as meninas, que são até mais valorizadas nessa questão de mídia social e likes.

Esse fato não é de todo mal, já que por questões históricas sempre vimos a dificuldade de valorização da mulher, e fico feliz por elas conquistarem esse espaço de uma forma tão poderosa. Por outro lado, não gostaria de ver os amigos homens parando de praticar o hobby por esse motivo, e gostaria que o reconhecimento fosse mais proporcional ao talento e dedicação de cada um, e não apenas por números.

Gostou do bate-papo com o Júlio? Então segue ele no Twitter!

Siga a BTS Brasil no FacebookInstagram e Twitter e fique por dentro de tudo nos esports!

Texto por Vitor Santos

Tags: