BTS Entrevista: MoVampie, cosplayer

Alô fãs de esports e seguidores da BTS Brasil! Hoje temos mais uma matéria da seção BTS Entrevista! Semanalmente, traremos entrevistas com figuras ligadas aos games e aos esports, para que você saiba mais sobre os nomes conhecidos dos games e da internet em geral.

Hoje, falaremos com a Monica, cosplayer também conhecida como MoVampie:

Monica como Chloe Price, do jogo Life is Strange (foto: Haru Photo Club)

Primeiramente, uma apresentação sua: qual sua formação, qual seu trabalho, quem é a Mo fora dos cosplays, etc. 

Eu sou só uma pessoa nerd NB que gosta muito de muitas coisas e trabalha com comunicação. Eu me formei em administração e RP e por sorte consegui trabalhar na última década no setor de tecnologia e jogos que eu gosto muito, mas no fim do dia eu sou só uma pessoa que gosta demais dos próprios hobbies. 

Eu já pratiquei vários esportes, ultimamente estou no fitness boxing porque quero ter o bração da Vi de Arcane. Eu amo ler, apesar de ultimamente não ter lido muito. Gasto mais horas do que deveria jogando JRPG e discutindo referências geopolíticas e históricas de séries, animes e filmes. 

Eu faço aulas de canto e já fiz outras coisas, como pole dance, e kung fu, e eu sou daqueles que acredita que as pessoas têm que fazer o que gostam e aproveitar sempre que podem sendo ou não boas naquilo. 

Como e quando você começou a fazer cosplay? 

Eu não tenho muita certeza da data porque sou péssimo com cronologia, mas eu era adolescente indo para evento e eu achava muito legal os cosplayers e decidi que queria tentar também. Eu não tinha dinheiro para de fato encomendar nada e na época não sabia costurar, nem tinha tanta habilidade pra fazer os props artesanalmente, então eu improvisei um cosplay de Julia de Tekken recortando/colando umas roupas. 

Mas acho que o mais legal é que ao longo dos anos eu ‘comecei’ várias outras coisas no hobby, a minha primeira apresentação em palco demorou anos para acontecer e foi outro começo. E também teve recomeços, eu ficava muito ansiosa com crossplay e demorei tempo pra voltar a fazer. 

Maquiagem é algo que até hoje ainda estou aprendendo e testando, e foi só um pouco antes da pandemia que tentei o cenário competitivo de cosplay pela primeira vez. Então acho que de certa forma eu continuo “começando” a fazer cosplay de um jeito ou de outro. 

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Monica como Squall Leonhart, de Final Fantasy 8 (foto: Gigaxis)

Quantos/quais cosplays você já fez? Se forem muitos, pode listar apenas os principais! 

Pelas minhas contas eu já passei dos 50 cosplays, incluindo visuais e personagens originais, eu tenho uma thread completa no twitter com algumas fotos de referência e alguns na página pra quem quiser olhar. 

Eu tenho cosplays bem variados, mas eu acho que vale destacar alguns por diferentes motivos. O Squall por ser um dos meus favoritos, tenho até tatuagem, e por eu ter fotos com muita gente diferente. A Izayoi porque foi um dos mais recentes e que depois de muito tempo eu fiz TUDINHO DO ZERO com ajuda da Mags, minha dupla no WCS (concurso mundial de cosplay). E meu cosplay de Amazona que é simplesmente UM TOTAL NPC DE FILME, mas é isso aí. 

Quais são as melhores partes e quais são os maiores desafios de se lidar com público nas redes sociais? 

Eu meio que não tenho que “lidar” com ninguém, maioria que me segue é conhecido ou amigo, não sou micro influenciadora nem popular a ponto de ter que “lidar” com algo. Mas como é a internet, às vezes, acontecem algumas coisas meio inusitadas. 

Uns anos atrás apareceu uma americana aleatoriamente na minha página de cosplay falando que meu umbigo era indecente e impróprio para a família (era um cosplay com barriga de fora na foto), ela só comentou e saiu correndo e eu e quem mais viu o comentário ficamos sem entender nada.

De toda forma é sempre muito legal receber o carinho e comentários das pessoas que curtem o cosplay, ou o personagem/obra e vem pra conversar. E eventualmente já ganhei desenho o que eu sempre guardo com muito carinho. 

Quais dicas você dá para quem pretende começar como cosplayer? Tem alguma dica ou palavra de incentivo especificamente para as mulheres do cenário?

Eu acho que muitas vezes esquecemos que tudo começou com se divertir, então só vai lá e se diverte. Faz algo de armário, compra algo usado, encomenda algo ultra blaster, o ponto não é nem tanto a roupa em si e a menos que seja um concurso não importa se está 100% fiel e perfeito. 

Não deixe a ansiedade te dizer coisas ruins e na medida do possível releve o que os outros pensam também, eu demorei muito pra estar ok com isso, mas eventualmente aceitei que se ninguém tá pagando o cosplay pra mim a opinião deles meio que não importa? 

E pras mulheres eu acho que diria pra se manterem seguras e não fazerem nada fora da própria zona de conforto, há muita pressão estética, pressão por fama ou aprovação, gente querendo meter bedelho. Você, seu bem-estar e segurança são o mais importante para você poder curtir o que está fazendo. 

Falando de games agora: quais são seus favoritos? E qual desses você recomendaria para qualquer pessoa? 

Cara, eu vou tentar não escrever um TCC aqui, mas vai ser difícil. Eu AMO de paixão JRPGs num geral e eu me empolgo muito por causa da lore e dos personagens, então fica muito difícil não sair discursando. Meu jogo favorito até hoje é Parasite Eve, do PS1, que me ajudou muito nas aulas de biologia, aliás.

Mais recentemente eu estou jogando Digimon Cybersleuth: Hacker Memory, e eu to com MUITAS horas de jogo sem sair do lugar só fazendo bicho. Mas minha mais recente paixão, vício e exaltação é a série Trails of Cold Steel. Eu comecei a jogar por recomendação de um amigo (salve, Cross!) os de PS3 e me pegou de jeito ai comprei os do switch e eu ri, eu chorei, eu passei nervoso, eu cacei lore, eu tirei print, eu GRITEI. 

Eu acho que eu nunca vi uma franquia tão consistente e bem amarrada entre um jogo e outro, diria que até os NPC TINHAM EVOLUÇÃO/CONTINUAÇÃO de um jogo pro outro. Dá pra começar pelo 3 porque ele tem uns livros que contam o que rola nos dois primeiros jogos, mas eu realmente recomendo a franquia toda é um prato cheio pra quem curte esse estilo de jogo. 

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Monica como Starfire de Teen Titans (foto: Johann Knorst)

Assim como os games e os esports, o cenário dos cosplays mudou e cresceu muito nos últimos anos. Quais diferenças você vê, comparando o período em que começou com agora? 

Eu acho que a principal diferença é uma expectativa ou pressão para você “monetizar” ou “ficar famoso”. Conforme alguns foram se tornando influenciadores, ou trabalhando em eventos, fazendo ativações, etc, eu vejo que muita gente acabou perdendo o foco do cosplay como hobby e pensando nele mais em uma profissão. Isso é muito reflexo da evolução das mídias sociais, mais que do hobby per se, mas é uma das mudanças que eu acho mais triste porque como falei lá em cima cosplay antes de mais nada devia ser gostoso. 

Muitas pessoas acabam entrando numa corrida para fazer o cosplay o quanto antes, mais cosplays, cosplays melhores, mais vídeos, e apesar de ser uma forma tão válida quanto qualquer outra acredito que às vezes pode gerar um estresse. Por outro lado, já faz um tempo que não vejo ninguém brigando por achar que é dono de um boneco 2D só porque fez cosplay dele, então nesse ponto YAY. 

Considerações finais: algum agradecimento que queira fazer, algum desabafo, algum comentário sobre o cenário cosplay, etc. Este espaço é seu!

Vou dar uma de ministério da saúde aqui, não sei quando exatamente essa entrevista vai pro ar, mas hobby nem emprego nenhum vale mais que tua segurança e a dos outros. Está todo mundo exausto da pandemia, eu mesmo queria estar reclamando de dor nas costas numa BGS da vida, mas por vocês e pelos outros sejam responsáveis.

Máscara PFF2 é baratinho, usa ela direitinho, evitar aglomeração, prefira coisas em ambientes abertos, se vacine e tome as doses de reforço, etc! Fiquem bem e sejam felizes!

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Texto por Vitor Santos

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