Mercado esports: IEM Rio 2023 mostra a força do Brasil neste meio

De acordo com uma estimativa da Newzoo, a projeção para o mercado de games em 2023 é de 200 bilhões de dólares, dado que se deve à presença constante dos jogos no nosso cotidiano. Parte dessa presença, no entanto, é reforçada pela indústria do esporte eletrônico.

Vale lembrar que em 2021, a indústria de games movimentou quase 176 milhões de dólares, números que soariam irreais ou absurdos a 50 anos atrás, quando os videogames começaram a ganhar mercado. Porém, passadas as décadas, os smartphones, consoles e PCs fazem parte do cotidiano de muitos, fazendo com que os games tenham um espaço bem maior.

Dessa forma, os esports foram ganhando seu lugar até chegar aos 475 milhões de espectadores que possui no mundo todo, resultado de esforços vindos de diversos lados. Entre as empresas que fazem parte desses esforços, podemos citar a Intel e a ESL: nos anos 1990, a Intel era patrocinadora da Cyberathlete Professional League (CPL), numa época em que a ESL focava basicamente nas competições europeias.

Em 2006 surgiu uma liga global apoiada pelas duas marcas, originando então a Intel Extreme Masters (IEM), que teve sua primeira edição em Hanover, na Alemanha. Porém, na América Latina o cenário de Counter-Strike já era presente: a CPL organizou em terras brasileiras o primeiro torneio do FPS, no ano de 2001. Mesmo com os resultados desfavoráveis aos times do Brasil, o evento ajudou a colocar o país no mapa do esporte eletrônico.

IEM Rio 2023 trouxe números de público semelhantes aos da edição 2022, consolidando o Brasil como uma potência do esporte eletrônico

Vinte anos mais tarde, em 2021, o país movimentou aproximadamente 1,4 bilhão de dólares no segmento, se tornando o maior mercado da América Latina, à frente do México. Dessa forma, a região ganhou uma visibilidade inédita no cenário, fazendo com que a atenção não ficasse restrita aos eixos Estados Unidos e Europa. Essa visibilidade se justifica com a última Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia da PWC, que projeta uma receita até 2,8 bilhões de dólares para 2026 no setor de jogos e esportes eletrônicos no Brasil.

Mas voltando ao IEM, o torneio só foi interrompido no período da pandemia de Covid-19, com as competições voltando em 2022. E não poderia ser em outro lugar: para abrir com chave de ouro o retorno, o evento foi sediado no Rio de Janeiro, em uma edição considerada histórica por ter diversos recordes sendo quebrados, como os números de audiência na primeira fase de um Major (a chamada Etapa Challengers): ao todo, tivemos 750 mil espectadores no jogo entre Imperial e Vitality, superando a marca de 710 mil espectadores registrada no PGL Major Antwerp 2022.

O IEM Rio Major também teve um pico recorde de Concurrently Connected Users (CCU): foram mais de 1 milhão durante a etapa Challengers, tendo depois um pico CCU de quase 1,4 milhão na fase Champions. Com mais de 68 milhões de horas assistidas, o torneio se tornou a competição mais assistida da ESL, e a terceira competição de CS:GO mais acompanhada de todos os tempos, gerando ótimos 40,4 milhões de reais em valor econômico por meio da participação dos torcedores.

Depois, a edição 2023 veio para consolidar de vez o Brasil como potência global dos esports: pico de 562 mil espectadores no jogo entre Heroic e NAVI, com 14 milhões de horas assistidas. Além do torneio propriamente dito, também houveram ativações: o público pôde entrar em torneios de CS:GO patrocinados pela Amazon, tendo também a chance de conferir de perto os processadores de última geração da Intel. O torneio também ficou marcado pela partida de exibição no Counter-Strike 2, sucessor de CS:GO que chega em breve prometendo ser tão grande quanto seu antecessor.

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Texto por Vitor Santos

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