CS2: mudança no ranking da ESL teve atuação brasileira nos bastidores
A ESL anunciou há pouco uma série de mudanças em seu ranking mundial, com a América do Sul foi a região mais beneficiada ao ter seu multiplicador de pontos dobrado. A mudança contou com uma considerável atuação dos principais times do Brasil, que enviaram um requerimento à ESL pela revisão dos critérios no início deste ano.
De acordo com informações apuradas pelo portal Dust2 Brasil, o pedido mais recente foi encabeçado por Cléber “Ferrer” Ferreira, manager da Imperial, que reuniu as principais equipes da região e coletou assinaturas para um documento que pedia um aumento no multiplicador regional usado pela ESL na América do Sul.
Vale explicar e ressaltar que o multiplicador regional é um dos fatores que fazem com que campeonatos ganhem mais pontos da ESL, junto do seu tamanho (número total de equipes e número de equipes bem ranqueadas), pontuação de qualidade (baseada em número de times bem ranqueados do ranking participando), formato e o fato de ser presencial ou não. Antes da atualização acontecer, o multiplicador norte-americano estava em 24% e o sul-americano em 7% – o que fazia campeonatos menores da América do Norte, como as Cash Cups, renderem um número de pontos muito superior ao dos principais campeonatos da América do Sul.
Ao longo dos últimos anos, o ranking foi alvo de reclamações públicas e privadas, com participação ativa de figuras do cenário nacional. Assim, em dezembro se iniciou a movimentação atual, quando Ferrer entrou em contato com a ESL para entender o motivo da discrepância. Na época, a ESL reconheceu que a fórmula estava ultrapassada e já não representava o cenário atual.
Após uma troca de mensagens com os responsáveis pelas competições, Ferrer se reuniu com os principais times do Brasil e redigiu uma carta, assinada por representantes de 9z, BESTIA, Fluxo, FURIA, Imperial, Legacy, MIBR, ODDIK, paiN, Sharks, RED Canids e W7M.
No documento, do qual a reportagem teve acesso, os times “solicitam formalmente o alinhamento do multiplicador entre as regiões NA e SA”. Isso porque as equipes “acreditam que não há uma diferença técnica ou oportunidades significativas da região NA que justifiquem a diferença”.
“Dessa forma todos os times podem competir por lugares no ranking mundial em termos iguais”, diz o documento, que foi enviado à organizadora em 8 de janeiro.
Após o envio, a ESL não manteve comunicações constantes com as equipes, embora tenha deixado claro que o ranking seria atualizado, atendendo parcialmente a solicitação feita pelos times.
Reajustes no ranking
Assim, o multiplicador das duas regiões foi ajustado, mas não igualado: a América do Sul pulou de 7% para 14%, e a América do Norte caiu de 26% para 20%. Segundo mensagem da ESL distribuída aos times, essa decisão foi tomada pois, nos últimos seis meses, houve mais oportunidades de ganhar pontos no SA do que no NA, algo que aumentará nos próximos meses: o número de times de topo necessários para que um campeonato conte pontos NA diminuiu de 10 para 8, se igualando ao SA.
Além das mudanças no multiplicador, a ESL também promoveu alguns ajustes de cálculo em outros critérios, como mudança no tamanho dos campeonatos ou o fato de que torneios considerados XXL, com grande presença de times de peso, darão mais pontos para os participantes e um pouco menos por rank.
Entenda como funciona a pontuação
O ranking da ESL é a uma das formas que as equipes têm de fazer parte da ESL Pro Tour, o principal circuito da organizadora líder de mercado no Counter-Strike. É da lista que saem os representantes do país em competições como a IEM Katowice e a IEM Cologne, bem como possibilidades extras de classificação para a ESL Pro League e outras IEMs, ESL Challenger Leagues e ESL Challengers. Porém, a lista deve perder relevância em 2025, quando o ranking da Valve será usado por todos os grandes campeonatos.
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Texto por Vitor Santos
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