CS2: boltz explica sobre sua saída da Imperial

O cenário brasileiro de Counter-Strike está prestes a entrar em um período de entressafra, com vários veteranos encerrando a carreira ou entrando na reta final dela. E, entre os nomes que cogitam parar de jogar, temos Ricardo “boltz” Prass, que durante entrevista para a Dust2 Brasil, falou sobre ainda ter vontade de competir, mas que também está cogitando a aposentadoria.

“Essa é uma dúvida que eu também tenho. Saí da Imperial pelo estresse, meio que um burnout do competitivo. Estou jogando há dez anos e eu nunca tinha parado, nunca tinha dado uma pausa. Eu também gosto bastante de fazer as lives, é algo que me diverte. Então eu ainda estou analisando o que eu quero”, afirmou.

Ainda, boltz ressalta que o período em que analisará todas as possibilidades para o futuro da carreira será a parte final do ciclo do 1º Major de CS2:

“Vai ter a famosa dança das cadeiras e eu estou disponível para os times conversarem comigo. Vou analisar as propostas e se tiver algo que faça sentido, que faça valer a penas o esforço de ser um jogador profissional, vou aceitar. Enquanto isso vou fazendo as lives”, explicou.

boltz e FalleN durante partida pela Imperial

Assim, boltz lembra que pode seguir ambos caminhos de maneira simultânea, se alternando entre a carreira de jogador e a de streamer:

“É sempre uma pergunta que me faço. Vou virar full streamer e vou assistir os campeonatos que eu quero jogar? E aí se eu estiver jogando vou deixar outras coisas de lado, como família e namorada. É essa nuvem que fica na cabeça. Esse pensamento de você escolher um lado deixa coisas no outro”, admitiu.

Motivação para seguir em frente

Por outro lado, boltz reforça que o fato de ser bastante competitivo mantém a chama acesa, assim como o sonho de conquistar um Major:

“Eu fiquei tão perto de ganhar o Major. Cheguei na final e não consegui. Tudo bem que hoje em dia o Brasil passa muito mais longe do que passamos e chegamos a ganhar no passado, mas sempre foi um sonho meu ganhar o Major. Apesar de distante, é algo que ainda me perturba, me persegue. Se eu tivesse ganho o Major provavelmente eu já teria parado de jogar”, diz ele, que revela também que pararia de jogar se as streams ainda estivessem em alta como no período da pandemia.

“Naquela época era diferente fazer live, era bem mais satisfatório. Eu acordava já querendo fazer live. Eu estava naquela transição de BOOM para o MIBR, quando pensei ‘e se eu virar streamer’. Desde aquela época esse pensamento passa pela minha cabeça. Mas eu ainda não sei porque também tem o CS2, que está crescendo, os Majors com os stickers. São várias coisas que fazem a gente pensar”, afirmou.

Estresse e saída conturbada da Imperial

Mas ainda sobre a saída de boltz da Imperial, o jogador lembra que o estresse com o qual já lidava acabava trazendo ainda mais estresse com a situação do time, que em alguns campeonatos precisou jogar com complete, como nas saídas de Gabriel “FalleN” Toledo e Marcelo “chelo” Cespedes.

“O FalleN sempre foi um cara que organizava as equipes muito bem e um cara que eu gostava muito de jogar junto. Então foi um momento conturbado. Tiveram as saídas, aí jogávamos com complete, depois trocava player, não nos preparávamos muito bem para o campeonato, aí jogávamos torneios um em cima do outro e depois ficava dois meses sem jogar campeonato. Então foram acontecendo coisas que não estava no meu agrado e juntou uma bola de neve, e, com o estresse que eu já tinha, minha saída foi meio que repentina. Foi uma decisão muito rápida que pegou a galera de surpresa”, contou.

Com isso em mente, boltz conclui apontando que a saída da Imperial não foi a melhor possível:

“Realmente foi uma saída repentina e, olhando para trás, não foi tão legal, foi meio conturbada. O jeito que o público recebeu não foi muito esclarecedor, então, se eu tomasse essa decisão hoje eu teria ido com mais calma, seria menos traumática e seria mais bacana com a organização e com os jogadores também. Mas não foi o que eu consegui fazer na época. Fiquei quase um ano e seis meses com uma história bonita e a saída foi diferente de toda essa história”, opinou o jogador, que ao lado da organização disputou dois Majors seguidos.

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Texto por Vitor Santos

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