AfroGames: conheça o projeto que capacita jovens periféricos para os esports

Idealizado pelo grupo AfroReggae, o projeto AfroGames é uma iniciativa social criada em 2019, feita pensado em capacitar e profissionalizar jovens da comunidade o mercado de esports e programação de jogos. O Grupo Cultural AfroReggae é uma organização não governamental fundada em 1993, com a missão de promover a inclusão e a justiça social por meio da arte, da cultura afro-brasileira e da educação.

Ao enxergarem os esports como uma oportunidade para muitos jovens da comunidade, o grupo decidiu criar o AfroGames. O projeto nasceu da amizade de Ricardo Chantilly, empresário do show business, e José Junior, CEO do AfroReggae Audiovisual, com o objetivo de capacitar e profissionalizar os jovens da favela Vigário Geral, para atuarem no mercado de jogos eletrônicos.

O investimento consiste na criação de um centro de treinamento, o que é uma iniciativa inédita nas favelas do Brasil. Os jovens aulas para aprender sobre League of Legends, programação de computadores, produção de trilha sonora focada em games e ainda aulas de inglês. O AfroGames também paga salários aos jogadores, o que ajuda a sustentar a promessa de formar novos jogadores para o cenário brasileiro.

Iniciado em 2019, o projeto AfroGames busca usar os esports como meio para dar oportunidades aos jovens da periferia

Em 2019, a ONU elegeu o AfroGames como projeto modelo do ano, e depois o mesmo foi homenageado no Prêmio eSports Br. Ainda no mesmo ano, o projeto foi uma das 3 instituições brasileiras a receber doações da venda de skins de League of Legends.

“Quando falamos sobre capacitar jovens da favela, não falamos apenas de ensinar a jogar. Falamos sobre formar profissionais para diversas áreas desse ecossistema, e fazer com que as atenções dos jovens se voltem para um ambiente atrativo e funcional”, falam os responsáveis pelo projeto.

Casos de sucesso no AfroGames

Letícia Araújo Silva, 15, moradora do Vigário Geral, no Rio de Janeiro, começou o projeto como aluna de League of Legends em 2019, após perder a mãe. Esse ano ela, que é diagnosticada com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), resolveu entrar nas aulas de programação e surpreendeu a todos ao vencer a Game Jam, uma reunião de desenvolvedores de jogos que tem como objetivo criar um jogo em um curto intervalo de tempo.

“O jogo ‘Em busca do ovo lendário’ é de plataforma 2D bem parecido com Mario Bros e outros games do mesmo estilo. O personagem principal é um coelho que quer pegar o ovo lendário pra ele”, explica a garota.

Além de estar evoluindo nos games, Letícia também vem se destacando no inglês, e vem evoluindo cada dia mais na programação, sua nova paixão. “Comecei a programar simplesmente porque é uma coisa nova, uma coisa diferente.”, conta.

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Texto por Vitor Santos

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