Estratégia da Harpia: entenda a polêmica do patch 7.31 de Dota 2

Que tal falarmos um pouco sobre a famigerada estratégia da Harpia?

A nova interpretação da jungle proveniente do patch 7.31 vem causando muita polêmica entre os fãs e profissionais de Dota2. A estratégia é considerada “broken” (quebrada, em tradução livre) pelo tamanho do campo de visão fornecida, e por isso vem tendo críticas e até pedidos de nerf.

Porém, eu enxergo como sendo a primeira grande mudança de meta, sendo algo com o qual vamos ter que aprender a conviver. Quando digo que essa é a primeira grande mudança de meta, entendo que a prioridade de heróis mudou por conta das atualizações, mas também entendo que esse é um processo cíclico.

Por exemplo: a prioridade que Sand King vem recebendo, está fazendo com que a prioridade por counters também aumente, como é o caso do Anti-Mage, e com AM aparecendo com mais frequência, vemos respostas para ele com heróis fora do meta; um exemplo disso é o caso de Meepo, na estratégia vitoriosa que a Gaimin Gladiators adotou para combater o pick de Anti-Mage da Secret. Vale lembrar que essa demonstração foi só para ilustrar como os picks são cíclicos e alternam de acordo com as prioridades regionais praticadas pelas equipes.

A interpretação que as equipes adotaram para utilizar a Harpy Scout está fazendo com que elas se movimentem de forma diferente pelo mapa, fazendo com que os suportes tenham uma nova itemização e um cuidado redobrado para os small camps. Em outras palavras, é uma ressignificação de diversos micro aspectos que impactam no jogo como um todo.

As mudanças no neutral creep foram as seguintes:

A grande questão é o campo de visão que se abre quando você ativa a nova habilidade do creep, vocês podem perceber o tamanho da visão no mini mapa abaixo no post do caster EUA TeaGuvnor:

O jogo entre APU Kings of Kings e Hokori, válido pela primeira divisão SA, é um excelente exemplo dessa nova abordagem.

Vou deixar aqui o ID da partida e o link para assistirem ou revisitarem o jogo no canal de vods da BTS Brasil TV.

ID: 6508114252

Na partida, ambos os suportes dedicados, “Gardick” e “Nuages”, escolheram ir para Helm of The Dominator afim de se valer da estratégia da Harpia. E, além de utilizarem do neutral para ganhar visão do adversário, ambos tiveram um embate para controlar a Harpia dominada pelo outro, além de estarem sempre se posicionando nos camps no momento de spawnar os creeps.

Lembrando que essa abordagem não é um privilégio SA: todas as regiões de DPC estão usando do artifício e expondo minha opinião. Mas, não acredito que isso seja alterado para o Major, e sim que seja mais um artifício do jogo e que as equipes tenham que buscar soluções para isso.

Essa solução talvez se valha do ponto que foi discutido anteriormente sobre a prioridade de heróis ser cíclica, talvez uma solução seja combater visão com visão e aumentar a preferência em cima dos heróis que tenha visão aérea, como é o caso do Monkey King e do Night Stalker.

Para entendermos sobre a efetividade da estratégia, analisei como o aumento na construção do Helm of The Dominator entre os suportes cresceu e como está essa winrate. Para tal, eu exclui todos os heróis que geralmente vão para essa opção de item, como Beastmaster e Lycan por exemplo, e/ou players que geralmente tem essa escolha para vários heróis que usam, como “33” e “Hyko” constroem para Magnus e Tidehunter.

Dessa forma, isolando os suportes e heróis que não tem essa escolha convencional, com isso temos: 29 oportunidades em que o dominator foi construído por suportes afim de usar dessa estratégia com uma winrate de 52%, um total de 15 vitórias. Lembrando que em algumas partidas, ambos os suportes dedicados constroem o item, vide Hokori vs APU.

Mesmo com alguns player profissionais incrédulos com essa nova “ferramenta”, reitero que acredito na sua permanência até pelo menos o Stockholm Major.

Outro ponto que reitero é que só há um local onde podem acompanhar todas as regiões de DPC e verificar o desenrolar da estratégia da Harpia, é claro que somente na BTS Brasil TV!

Texto por: Refresh

Revisão: Vitor Santos

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